Parcela de famílias endividadas encerrou 2020 em alta, diz CNC.

Após três meses consecutivos de queda, a parcela de famílias que se declararam endividadas encerrou 2020 em alta, segundo leitura da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Na pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de dezembro do ano passado, elaborada pela instituição e anunciada há pouco, a fatia dos que se declararam endividados ficou em 66,3% no último mês de 2020. Esse porcentual ficou acima de novembro de 2020 (66%) e de dezembro de 2019 (65,6%).

Em nota, a CNC destacou que o endividamento aumentou tanto entre famílias com até 10 salários mínimos de renda mensal, quanto entre as com mais de 10 salários mínimos mensais.

No caso dos indicadores de inadimplência, não houve piora na margem - embora os resultados de dezembro de 2020 ainda se mostrem piores ante igual mês em 2019. A parcela de endividados que declarou atraso no pagamento de contas ficou em 25,2%, abaixo de novembro de 2020 (25,7%), mas acima de dezembro de 2019 (24,5%). Já os inadimplentes que declararam não ter condição de quitar dívida ficou em 11,2%, também inferior a novembro de 2020 (11,5%), mas superior a dezembro de 2019 (10%).

No comunicado sobre o indicador, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, afirmou que os resultados sinalizam maior destaque ao crédito na retomada da economia, em 2021. “É importante não somente seguir ampliando o acesso aos recursos com custos mais baixos, mas também alongar os prazos de pagamento das dívidas para mitigar o risco da inadimplência no sistema financeiro”, afirmou Tadros.

Para Izis Ferreira, economista da CNC e responsável pela pesquisa, o crédito pode voltar a funcionar como ferramenta de recomposição da renda, "ainda no contexto de incertezas sobre a evolução do mercado de trabalho”, afirmou a especialista, no informe da confederação sobre o indicador.

Fonte: Valor Investe
Editorial, 15.JANEIRO.2021 | Postado em Mercado


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