Inadimplência bate recorde e atinge quase um terço dos brasileiros

Divulgados nesta quinta-feira (11/1), dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), elaborada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostram que o índice de inadimplência no Brasil fechou o ano passado no maior patamar da série histórica.
 
De acordo com o levantamento, o percentual de inadimplentes no país é de 29,5%. Desse grupo, 41,2% afirmam não ter condições de pagar dívidas atrasadas, quatro pontos percentuais a mais do que em 2022. A maior parte dos inadimplentes (46,2%) está com atraso superior a três meses (3,2 pontos percentuais acima do ano anterior).

A diferença entre inadimplência e endividamento
Por outro lado, o endividamento das famílias, que ficou em 77,8%, registrou uma ligeira queda de 0,1 ponto percentual em relação a 2022 – 108 mil envidados a menos no país. Foi a primeira vez que o endividamento recuou desde 2019.

Em linhas gerais, o endividamento é o ato de se comprometer com pagamentos que serão feitos futuramente e ainda não venceram. Quando esses pagamentos passam da data de vencimento, a pessoa se torna inadimplente.

“A Peic mostrou que, pela primeira vez em 10 anos, as famílias brasileiras terminaram o ano menos endividadas do que começaram”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros.


Para Tadros, as melhorias no mercado de trabalho ao longo do ano e a queda dos juros básicos da economia influenciaram as condições de crédito ao consumidor, o que resultou na redução do indicador.

Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, destaca as diferenças entre inadimplência e endividamento. “Endividamento é algo fundamental para o desenvolvimento econômico, pois o crédito é o trampolim do sistema capitalista. A inadimplência é um resultado adverso do endividamento, causado pela renda baixa do brasileiro e pela volatilidade da economia do país”, explica.

Metrópoles
 
Editorial, 15.JANEIRO.2024 | Postado em Mercado


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