Inadimplência no Brasil cai pelo segundo mês seguido, aponta levantamento

Um levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e do Serviço de Proteção ao Crédito mostrou que o número de inadimplentes no país caiu pelo segundo mês consecutivo. O estudo aponta que, depois de cinco meses seguidos de alta, desde janeiro, o número de inadimplentes caiu em junho e em julho de 2023.

O mês de julho fechou com 66,1 milhões inadimplentes. Desde maio, 1,1 milhão de brasileiros conseguiram limpar o nome.

Apesar da boa notícia, o número de consumidores com contas atrasadas é alto – quatro em cada dez brasileiros a partir dos 18 anos estavam com as contas atrasadas em julho. No mês passado, cada consumidor devia, em média, R$ 4 mil. A maioria das dívidas é com bancos.
 
Também chama atenção o aumento da parcela de pessoas que não conseguiram pagar em dia as contas com as concessionárias de água e luz.
Na avaliação de pesquisadores, ainda é cedo para atribuir a queda da inadimplência aos efeitos do programa Desenrola Brasil, porque só começou na segunda quinzena de julho, mas, como o programa continua, a redução na inadimplência deve ser uma tendência para os próximos meses.

Segundo eles, outros fatores da economia – como a redução da inflação, do desemprego e da taxa básica de juros – também contribuíram para a queda no número de consumidores endividados.
 

“A gente agora tem um cenário mais favorável, especialmente com relação aos alimentos que pesaram muito no bolso do consumidor. Outro ponto é a inflação geral que está mais controlada também, a criação de mais de um milhão de empregos com vagas formais. A gente também tem a Selic em movimento de queda e as taxas de juros caindo, fica mais fácil pagar as contas”, Merula Borges, especialista em finanças do CNDL.

 
A analista da Confederação dos Dirigentes Lojistas explica também que essa tendência só vai se confirmar se os consumidores realmente conseguirem pagar as dívidas renegociadas no Desenrola.

“Que as pessoas façam uma reunião de tudo aquilo que elas têm pra pagar, busquem ajuda pra montar um planejamento eficaz, já que 70% dos entrevistados da nossa pesquisa disseram que não cumprem os acordos que são feitos. Então, não basta renegociar e traçar um planejamento que não vai ser cumprido depois, porque a situação pode ficar pior do que estava antes”, completa.

 
G1 | Economia
Editorial, 21.AGOSTO.2023 | Postado em Mercado


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