Open banking e pequenas empresas: como o serviço pode ajudar seu negócio

O Banco Central (BC) pretende terminar em 2021 a maior parte da implementação do open banking no Brasil. O serviço pode melhorar o relacionamento de pequenos negócios com instituições financeiras e, para isso, é preciso entender como o novo sistema vai funcionar.

O open banking é uma plataforma supervisionada pelo BC em que os brasileiros podem compartilhar dados entre instituições financeiras.

A orientação do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) é clara: é importante que os empreendedores pesquisem, busquem informações e sejam proativos na busca por melhores condições com os bancos. É hora das micro e pequenas empresas aproveitarem o momento para escolher produtos e serviços com taxas mais econômicas.


“O open banking surge com a expectativa de trazer mais inovação e tecnologia para o consumidor, inclusive para os donos de micro e pequenas empresas, além de permitir que eles reduzam custos com empréstimos e tarifas bancárias, por exemplo, aumentando sua competitividade”, explica Giovanni Beviláqua, analista da Unidade de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae.
 

 
A pedido do G1, Giovanni Beviláqua respondeu algumas dúvidas de empreendedores.
 
Quais são os benefícios do open banking para as pequenas empresas? 
O serviço pode ser uma oportunidade para esses negócios reduzirem gastos fixos relacionados à gestão financeira e melhorar seu fluxo de caixa. Por exemplo, dá para diminuir custos com empréstimos e tarifas. O acesso às informações também será facilitado, pois tudo estará digitalizado e integrado entre as instituições financeiras.
 
Como aderir ao novo sistema? 
Da mesma forma que as pessoas físicas, a empresa vai escolher como, quando e com quem compartilhar os dados. Além da permissão, o usuário escolhe quais informações ele quer compartilhar e não precisa pagar nada por isso. As instituições financeiras ou de pagamento não poderão transmitir os dados pessoais dos correntistas a terceiros sem o consentimento expresso deles.
 
Além disso, a solicitação para o compartilhamento de dados e serviços do Open Banking somente é realizada por meio de canais digitais das instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central.
 
É arriscado compartilhar os dados da empresa? 

Não. Todas as novidades propostas pelo Open Banking estão amparadas pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Os usuários podem ficar tranquilos em relação à segurança, porque os bancos só podem fazer a integração de dados com a permissão de cada cliente e essa permissão pode ser cancelada a qualquer momento.

A ideia é usar esses dados para entender melhor o que o cliente busca com o banco, podendo abrir espaço para o desenvolvimento de produtos personalizados para cada consumidor.
 
O compartilhamento de dados pode prejudicar empresas inadimplentes? 

Não, pelo contrário. Com mais informações de qualidade, as instituições financeiras poderão avaliar melhor os riscos e fornecer serviços e produtos para beneficiar os empreendedores, inclusive nos casos de inadimplência.

As empresas nessa situação já têm esse registro de inadimplência em centrais de risco, como a Serasa, por exemplo. Até agora, as informações do comportamento financeiro em uma instituição não estão disponíveis para outra. Com o open banking, todas as instituições financeiras que o cliente desejar podem ter acesso às suas informações.

Uma empresa pode estar inadimplente em uma instituição e estar com ótimo comportamento financeiro em outra. Com o compartilhamento de informações, é possível melhorar a organização das finanças e ter a oportunidade de negociar melhores condições para resolver os problemas de inadimplência.
 
Em quais situações práticas o open banking vai ajudar pequenos negócios? 
Imagine que o dono de um micro ou pequeno negócio está com a folha de pagamento do pessoal atrasada e decide fazer um empréstimo. Ele teria que visitar mais de um banco para conhecer as ofertas de crédito e taxas de juros, o que lhe demandaria tempo e ausência do seu empreendimento.

Com o Open Banking, os empreendedores que autorizarem o compartilhamento de seus dados bancários, terão na palma da mão todas as opções de crédito disponíveis no mercado para o momento.

Outro exemplo: ter acesso a um sérvio que permite o dono de uma empresa receber o pagamento de algum produto através de um QR Code colocado no caixa de sua loja, mesmo que ele não tenha vínculo direto com a instituição bancária do cliente.

Essa operação será efetivada através de um iniciador de pagamentos, tecnologia que fará a comunicação entre o comércio, os bancos e os consumidores.
 

G1


Editorial, 24.SETEMBRO.2021 | Postado em Mercado


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